quinta-feira, 3 de março de 2011

Políticas Públicas e a pessoa com Hiperatividade

Estava investigando sobre quantas pessoas existem com diagnóstico de Hiperativo. Tive um grande espanto. Segundo as pesquisas atuais, aproximadamente 10% das crianças de 5 a 8 anos ( em fase pré-escolar) e 4,5% de crianças a partir de 8 anos.

Pense comigo... em uma sala de 30 alunos, a professora tem no mínimo 3 alunos hiperativos! Em uma escola de mil alunos no mínimo 100 alunos são hiperativos...

Imagino que há mais casos de Hiperatividade do que de “Dengue”. Desculpe a comparação, mas há tantas propagandas, divulgações sobre epidemias evitáveis ( não que não seja necessário), e nunca vi nenhuma sobre o nosso aluno ( que não é evitável, ele esta ai e precisa de ajuda, ou melhor, de profissionais adequados para trabalhar com ele) ...

Agora me pergunto, o que minha cidade esta fazendo com estas estatísticas ( ela tem estatísticas?) e com estas crianças? Estão dando o devido apoio? Estão fazendo avaliações com profissionais adequados? Após avaliados, são atendidos? Existe uma clinica municipal que atenda estes alunos? Existem Professores aptos a trabalhar com estes alunos? Todos são? Há apoio ao professor que tem estes alunos inclusos em sala de aula? Há apoio e atendimento aos PAIS? Vejo pais desesperados por um “socorro”, alguém está ouvindo eles?

Bom.. são inúmeras perguntas... mas ainda não tenho nenhuma resposta...

Deveria ser investido muito mais em formação de seres humanos.

Formando bons seres humanos, desperdiçaria menos tentando “concertá-los” mais tarde.

AS FASES

Vivi três “fases” sobre a hiperatividade...

A primeira onde os alunos hiperativos eram os alunos “Mal educados”, “sem pais”, “filhos da nova época tecnológica (nem existia PC)”, “geração coca-cola”, “sem regras familiares”.

A segunda fase, todos os alunos ativos eram considerados os “Hiperativos”, TODOS. As professoras já nem aceitavam em suas salas, passavam de escola em escola e todas solicitavam diagnóstico e apoio para suas secretarias”.

E hoje vivo a terceira fase, onde ninguém é Hiperativo. Profissionais assumem que a hiperatividade virou uma moda, e que não existem hiperativos , são os professores e pais que não agüentam e pedem um laudo. Quase como na primeira fase, mas muito mais perigosa, porque estamos vivendo ela... Há “profissionais” que a criança, mesmo com laudo na mão, há no mínimo 10 anos, tem todas as características acentuadas e mais algumas, e mesmo assim os profissionais tem a coragem de dizer “temos que ver melhor, acho que o psiquiatra esta equivocado” ou “esta professora deve estar aumentando uns 200%”...

Qual será a próxima fase?

Espero de coração que seja da conscientização, da formação, da informação, da aceitação e de novos métodos educacionais.

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