INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA NAS ESCOLAS REGULARES
Sou professora do Ensino Especial, ou seja, em minha escola, recebemos apenas alunos com deficiência e não incluímos “alunos não deficientes”. Atualmente cada cidade tem uma realidade nas escolas regulares e depende das leis que a mantenedora segue.
Algumas estão desligando os alunos PNE (Portadores de necessidades educacionais) de escolas especiais e incluindo em escolas regulares. Já outras cidades estão aguardando ordens do Ministério da Educação para tomar as medidas solicitadas. E muitas outras, fingem nunca ter ouvido falar.
Desde que iniciei a faculdade em 2005 fala-se da obrigatoriedade de TODOS os alunos estarem inclusos na escola regular e que não existiria mais as escolas especiais. Mas este fato não convém com a realidade, afinal, nem todos os alunos especiais podem ser inclusos.
Existem alunos que desde pequenos, estudam em escolas especiais, sem nunca ter enfrentado a realidade do regular, hoje estão com mais de 20 anos de idade, sem condições de acompanhar um aluno do primeiro ano. Outra questão, é o relacionamento entre os alunos, na especial, ninguém é diferente, até o diferente é comum, todos se amam incondicionalmente. O relacionamento entre o professor e o aluno, é parecido com o familiar, eles entram na escola como se estivessem entrando na sua casa, recebidos com filhos amados. Bem diferente de muitas escolas regulares onde o ensino e o tratamento é o “tradicional”.
Existem casais de namorados (ou casados) na escola, que pessoas de fora me perguntam, “como esta menina pode beijá-lo? Ele baba o tempo todo”, talvez porque ela não ama a sua aparência ou sua situação financeira / profissional e sim, ama a sua alma, o que ele significa para ela, ama o amor...
Como um aluno que não consegue escrever o próprio nome, que freqüenta a escola especial para manter suas habilidades motoras, para socializar com todas as pessoas (que respeitam as capacidades de cada um), vai conseguir manter-se em uma escola regular? Estes alunos têm na escola esperança de um dia aprender a pegar um ônibus, a ter uma carteirinha para o transporte e até mesmo, estar aptos ao mercado de trabalho. E infelizmente a escola regular “não tem tempo” para isso.
Bom, deve estar lendo este discurso e pensando que sou contra a inclusão, NUNCA! Sou FAVORÁVEL, e não apenas a inclusão escolar, mas a inclusão no trabalho e na vida social. Mas para aquelas crianças estimuladas precocemente nas escolas especiais, acompanhadas desde a sua primeira infância, inclusas em creches/CMEIS regulares, para que no primeiro ano já esteja “qualificada/habilitada” a acompanhar uma turma e possam ser inclusas.
Bom, em breve continuaremos este assunto...
Reflita sua opinião sobre o tema! Mas não pense só em você ou apenas nas pessoas que conhece, abra sua mente, e como diria meu professor da faculdade TIRA O MATO DA CABEÇA! (Psicanalista Salézio).
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